terça-feira, 1 de setembro de 2009

Descobrindo, entre outras coisas, que o banheiro é o melhor lugar para pensar.

Hoje o dia começou como outro dia de férias qualquer: comigo levantando, mais uma vez, fora do horário convencional e me perguntando se eu conseguirei acordar no horário certo, segunda, quando as aulas voltarem. Liguei direto o computador, porque, uma vez que todo mundo sumiu, por motivos vários, e uma vez que eu talvez passe mais vinte e um anos de minha vida aprendendo como se fazem coisas sozinha, não tinha outra coisa melhor para fazer do que xeretar sites de relacionamentos e downloads.Foi então que vi um blog recém reativado...Li o que estava escrito, porque, de alguma forma, me senti parte da reativação daquilo, pois, ontem, conversávamos sobre blogs e a escrita profunda de uma amiga em comum, eu e o dono do tal blog. Antes não tivesse lido! Não que o texto fosse ruim, muito pelo contrário. Senti uma inveja imensa e quase parei de escrever. Pensei: por que será que eu não escrevo ou penso assim? Por que será que parece que tudo que escrevo é de um egoísmo puro, como se o mundo girasse ao meu redor?Pensei também em coisas que ele escreveu lá, como a morte. A morte é uma coisa estranha. A gente se sente triste, mas acho que não deveria (e a posterior leitura do capítulo de As Brumas de Avalon me fez voltar a pensar nisso). Nossa religião faz com que tenhamos medo dela, mas porque não a encarar como algo natural, única certeza que temos? Ou mesmo como lá (n´As Brumas) estava escrito, uma nova vida, uma nova aprendizagem? Pensei também em coisas como a morte dos famosos, que se tornaram os melhores exemplos do dito popular “Depois que morre, todo mundo é santo!”. A morte de Michael Jackson é evidentemente o exemplo mais claro disso: antes, o pobre coitado era um louco, pedófilo e tudo o mais. Bastou morrer para que se tornasse o maior astro do pop, o maior dançarino do mundo e para que ganhasse uma legião de fãs alucinados.Pensei também em outra morte. A do guitarrista e inventor de grandes técnicas e instrumentos dentro do mundo da música: Les Paul. Ele tinha a mesma idade que os documentos dão à minha avó paterna, noventa e quatro anos. No entanto, quanta diferença! Les Paul foi um inventor, embora não gostasse muito disso, ficou rico, conhecido.... e minha avó? Criou cinco filhos, enterrou outros dois ainda pequenos e uma, já velha, levada pelo câncer, doença filha de uma puta, para dizer bem a verdade, e hoje mora num asilo, ficando feliz por nos ver uma vez por ano, em seu aniversário. A vida é meio cruel.... ou eu é que a vejo assim, sem coração. Ou com tanto dele que não veja mais nada direito! Depois parei de graça, porque, como dizia a música que esse meu amigo mesmo me mandou: cada um tem formas diferentes de pensar o mundo, de vê-lo e senti-lo. Mostrei o tal do blog para uma amiga na internet.Amiga essa que fez com que eu pensasse aonde vão meus pensamentos e minhas atitudes, o porquê de eles estarem tão tortos. Contei a ela uma das minhas peripécias e ela disse apenas duas coisas que me bastaram para ver o quanto as coisas andam meio tortas: “Sem comentários, Aline.... sem comentários!” (exclamação gigantesca, diga-se de passagem... viva a tecnologia!) e “Ai, eu vou ter que ir preparando os meus ouvidos, ou não?”. Não! Acho que chegou a hora de, como li no horóscopo de hoje, entregar à Deus (força de expressão ou não!) a liderança de meus atos porque, por mim mesmo, está tudo meio torto, confuso. PareiParei mesmo. Me senti entediada e sai pelo quintal, andando, o máximo que pude, pois meu cachorro não me deixa muito em paz. E pensei, pensei, mas nada me veio de muito útil e inteligente à cabeça (aliás, um tempo antes, recebi umas perguntas de história que eu não consegui responder e que me fizeram me sentir inútil). Até meu cachorro me fez pensar um pouco na vida hoje. Só ofereci a mão a ele, sem muito o afagar e ele já deixou a cabeça em meu colo e choramingou, pedindo carinho. Afaguei-o e logo ele estava pulando em mim, pedindo mais. Pensei o quanto é duro implorar por algo que você até pode conseguir, mas que não depende só de você e que, as pessoas costumam chamar de carinho ou, às vezes, de amor. E então voltei para a frente do computador, só porque decidi avisar que iria tomar um banho, me sentindo muito mais o meu cachorro do que eu mesma, quando vi que ele tinha entrado. E mais meu cachorro me senti, mas fui forte. Nenhuma palavra sequer, só a vontade.... e a raiva! Era uma coisa idiota, mas não custava nada, aliás, custava muito menos do que uma viagem num meio de semana...Banho..... e lá fui eu. Fumaça, o barulho da água escorrendo, o calor da água deixando todo o corpo mole, quase em transe, quando, de repente, eu entendi! Como era tão claro e eu não vi antes? Burra! Desliguei o chuveiro e logo enchi a cabeça da moça que trabalha em casa (pobre coitada... ela deve odiar me ver!). Descobri, finalmente, oq eu meu antigo professor de redação quis dizer com “O banheiro é o melhor lugar para pensar!”. Voltei ao banho pensando o quanto a burrice tomou conta de minha alma.Desliguei o chuveiro, troquei de roupa, comi uma pêra, despedi-me da moça que trabalha em casa e voltei para dentro de casa, onde é tedioso, mas seguro. Li um pouco (sugestão, meio indireta da Alice) As Brumas de Avalon. Deixei a música tocando, aleatoriamente, em seu volume máximo. Escutei um barulho. Vim logo ver quem era. Era uma amiga que não vejo faz muito tempo... acho que o resto do dia (ou das férias) promete mais ação e menos pensamentos... tomara! Chega deles por hoje, chega!

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