sábado, 19 de setembro de 2009

18/09/09-00:13 Filosofando na desgraça: parte II ou sobre uma animação infantil

Foi como se eu tivesse premeditado tais acontecimentos. Mais uma vez, a vida desgraçada. Mais uma vez, uma tentativa de volta para casa, sem saber como.
Desta vez, tudo surgiu de um lugar inesperado: uma animação para crianças. Animação essa que tem muito de adulta.
Não por nenhuma cena para menores de dezoito anos.... nada disso! Era só a história de uma criança que cresce tendo um ídolo e um sonho: morar no reino selvagem da América do sul.
Tirando o preconceito clichê dos ianques da América do norte com relação aos vizinhos pobres do sul, o filme tem muito a acrescentar.
Não é apenas um velho que perde sua esposa e tenta resgatar sua presença e realizar seus sonhos a qualquer custo. É mais que isso.
É uma história sobre quanto valem os sonhos. É uma pergunta se eles ainda importam, depois de anos sonhando. É um questionamento sobre o desprendimento de um sonho velho, em nome de outros sonhos, de uma outra aventura.
O velho tentou levar sua casa até a cachoeira, onde sonhavam, ele e a falecida esposa, morar. Não vira que o sonho de menina tinha mudado. O livro de aventuras não fora lido do começo ao final. A aventura tinha mudado, e ela soube, não só ser grata, mas convidá-lo a inovar, a escolher uma nova aventura.
E, só para variar, o novo veio na forma de uma criança, sonhando ver o pai na platéia de sua premiação com a última medalha de escoteiro. Ele só queria salvar a amiguinha ave e acabou salvando a si e ao próprio velho cheio de certezas infundadas.
É também um filme que fala de heróis, do quanto eles valem. O velho passou o tempo todo de sua vida, cultuando alguém que, pasme, era como ele, obcecado por um sonho sem importância, diante das outras coisas do mundo.
É um filme sobre quanto valem os sonhos, quanto valem as certezas. É também uma animação muito legal, caso você não tenha nenhuma pretensão filosófica. Vale à pena, de qualquer forma.
Up- altas aventuras, em cartaz nos cinemas pertinho de suas moradas.

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