quarta-feira, 25 de julho de 2012

Escrever, escrever, escrever sem parar. Nadar, nadar, nadar. Nadar num mar de sentenças e incertezas, munido ou de velhos riscos ou de novos deletes, mas, sobretudo, nadar. Feliz dia do escritor!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Tecendo [sacou, sacou?] brevíssimos comentários sobre o novo Spiderman


Não sou o tipo de nerd que sabe histórias em quadrinhos de cor [acho uma dádiva ler, discutir AND fazer cosplays, mas eu não tenho lá muita informação sobre/paciência] e nem sei de onde isso veio, mas ando assistindo a muitos filmes de super-heróis. 
Obviamente, o último foi O Espetacular Homem Aranha: um título presunçoso, diria eu - e o colunista chato que li ante de ver o filme-, mas que atiçou minha curiosidade.
Depois de me aventurar na terra da garota, sem lenço, documento, bilhete único AND guarda-chuva, cheguei a cinema. Antes li a supracitada "coluna do chato" e uma outra de um ser bonzinho -deve ser parente da tia da Literatura, pois achou tudo lindo. Não lembro exatamente o que diziam ambas, mas a segunda me deixou menos lembranças do que a primeira. Dizia ela que o filme era extremamente emocional [It´s the old mamão com açúcar], quase psicologia barata, pois era tudo, mas tudo mesmo interligado [o também velho trinômio causa-consequência-explicação, não necessariamente nessa ordem] e que o vilão não convencia. 
De fato todos os argumentos são, para mim, válidos: o filme tem muitas cenas extremamente chocantes e que me fizeram encher os olhos de lágrimas (para quem me conhece enquanto telespectadora, deveras surpreendente).
A estruturação do filme em causa-consequência-explicação realmente é fastidiosa, mas não diria que é exagerada, pois nada nesse filme, com base no olhar leigo que para ele poderia dar, o é. 
O vilão realmente não convence e é, por vezes risível [QUE VONTADE DE DESCREVER UMA CENA SPOILLER.... ME SEGUREM!], mas é verossímil, bem como as teias de aranha do nosso herói, que agora fazem muito mais sentido do que antes. Sem contar que, que.... seu final é uma surpresa só. 
Porém, nem só de reclamação vivem os críticos [e eu =D]. Há que se destacar o importante papel do diálogo no filme [uma fofura quando se trata de Gwen e do nosso herói] e o bom uso de uma das minhas figuras de linguagem favoritas: a ironia: há cenas em que eles dão um viés totalmente cômico ao filme. Sim, você pode -e bastante- rir bastante nesse filme.
A trilha sonora, embora composta por poucas músicas -3 ou 4, na verdade- e embora não sendo músicas que me fizessem cantar no meio do cinema [pobre Alice!], também exerce um papel muito importante dentro da trama: ela é responsável por dar liga às cenas, clareando seu viés ora cômico, ora emocional.
A fotografia também é um caso à parte: muitas delas tem uma beleza incrível, são mesmo excelente e te deixam cada vez mais dentro do filme [ou seria a versão em 3D?] quem, aliás, é difícil de deixar de lado [Oi, eu saí praticamente expulsa do cinema, de boca aberta, quase correndo para escrever isso numa mesinha da café. Oi, sou normal... eu acho!].
Outra coisa que me surpreendeu foi o papel da mocinha [nem sei se vale por isso aqui.], que de mocinha não tem nada. Achei a Gwen muito mais independente, participativa e decidida do que os outros pares românticos de super-heróis que já vi: ela não fica esperando ser salva por ele, embora saiba que pode contar com isso, e mesmo ajuda bastante na resolução do problema. AMEI.  
Título presunçoso? Não para mim!

ps: Escrever um texto sobre um filme sendo leigo já é ruim, mas tentar não contar spoillers é ainda pior.
psII: Se puder, assista ao filme em 3D. No começo você achará que não valeu a pena, mas vai mudar de ideia razoavelmente rápido.
psIII: Se você ainda não se acostumou a ficar até o final dos créditos dentro da sala em filmes de super-heróis, fique desta vez! Tem ceninha depois =D

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Weekend


"Eu quero me redesenhar, mas alguém sempre fica escondendo a porra do meu lápis".


Acabo de ver Weekend, um filme indicado por um amigo.
A história é de um casal gay masculino e de seu encontro inusitado pelos pubs LGBT [lá eles usam essa sigla ou outra parecida?] de Londres e, obviamente, da relação que surge então.
O filme é muito bem construído, com cenas extremamente tocantes, o que me fez pensar que faria muito sucesso, não fosse pelo inusitado [oi?] casal protagonista.
E é também disso que o filme fala [ou falou para mim]. Trata-se de uma discussão delicada do que é ser gay para si e para os outros.
Glen é muito bem resolvido. Se assumiu aos 16, dando um grande foda-se (sic!) para o mundo, a própria família e o que eles poderiam vir a pensar "It doesn´t matter" (Say it with british accent!), vivendo de acordo com o que acredita.
Russel é um rapaz ultra [cabe aqui? Acho que sim!] romântico, um doce. Não tem família, mas tem UM grande amigo – que, aliás, protagonizará uma das cenas mais bonitas do filme para mim. Tem um medo de se assumir completamente por causa do mundo ao seu redor – o que, para mim, acaba por se revelar mais uma paranoia pessoal do que, digamos, um perigo real-, mas se sente bem sendo gay. É só quando precisa trabalhar, sair, que dá uma indigestão. Nada tão assustador...
Quanto aos outros, fiquei surpresa! O filme retrata a história com uma normalidade que chegou a me assustar, tendo em vista os horrores que se vê fora das telas: Pessoas, ser gay é normal! Pasmem, mas é! E sim, é possível ter, “apesar de” uma vida descente. E amar. E ser romântico. E ter amigos. E ter, inclusive, uma afilhada... olha só!
É quando essas duas atmosferas se encontram e se embatem [Glen quase não entende porque Russel é tão, digamos, recalcado, embora ainda seja um exagero empregar tal palavra] que a mágica acontece: é possível observar ali, nos debates entre as duas personagens, os medos, as opiniões e o modo como encaram a sua orientação sexual. Também há um gravador e uns arquivos do Word feitos por Glen e Russel que, se eu falar mais, acabaram com a beleza da descoberta.
Dois dias. Dois dias é o que eles têm para mudar um pouco cada um- quem vir o filme notará que é uma mudança sutil, mas verdadeira. Dois dias não é nada e é tudo. Dois dias não dá para conhecer ninguém?
Dois dias e um final nada comum, para quem mais vê filmes hollywoodianos [veja bem, não falei mal, hein?] do que europeus, mas um final maravilhoso e bastante poético.
Só há um contraponto nessa história toda: as drogas. Sim, eu sou careta à beça, mas esse não é exatamente o caso. Tentei pensar com a mente Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo [disso]! dos “haters”: dirão eles que tudo é culpa das drogas e das bebidas, que pessoas em sã consciência jamais fariam isso... Bem, posso estar exagerando, o que não seria novidade, mas eu realmente achei que esse é o ponto mais fraco dessa narrativa, o que não me impediu de vê-la até o final e de sim, indicá-la.
Um filme fantástico.... Vale a pena.

Mais informações, aqui [link em inglês].