domingo, 30 de janeiro de 2011

Acho que a letra sempre falou por si só, mas hoje ela adquiriu um significado ainda mais especial.
À você, passarinho desgovernado...

Any colour you like, aber nicht Weiß, bitte!

E então você se pergunta, ao observar o vôo lento de partículas brancas: por que tão poderosas? E nem elas, nem você, nem ninguém sabe a resposta. 
Quando volta a si, o branco dela já é parte do preto do seu pouco pelo persistente, do vermelho vital do seu sangue, do branco sujo leite de sua pele. E agora?
Agora? Nem sei! Mas sempre haverá sua casa, sua voz para o grito, choro, reza...
Haverá sol, céu, terra, grama. Amarelo, azul, marrom, verde. Isso foi a boca, cujo ouvido te ouviu, que disse. Verde. Verde para colorir o branco e deixá-lo para trás...
Grün, grün, grün ist alles was ich habe... 

sábado, 29 de janeiro de 2011

Historietas

O  Estadinho é um dos cadernos que eu acho fantásticos dentro do jornal. Hoje, obviamente, o separei para dar uma olhadinha.  E não é que achei uma coisa interessante? Lá vai:

"Das coisas que se buscam
O Alexandre gostava de lugares altos. Era assim: ele estava brincando comigo numa caixa de areia, fazendo e desfazendo edifícios, casas, castelos e pontes. De repente, sumia. Assim. Sem fazer barulho. Sem nenhuma explicação. Eu já sabia o que fazer: olhava para o alto." 

Fonte: Caixa de histórias- As aventuras de Ana Clara. São Paulo, 29 de janeiro de 2011. O Estado de S. Paulo- Estadinho, p. 8

Para quem se interessou pelo livro todo: NÓBREGA, Luísa. As aventuras de Ana Clara. Ilustrações de Deyson Gilbert. Ed. Moderna.

É Freud!

Hoje, sei lá porque, resolvi ler o jornal. Escolhi cadernos que eu acho fantásticos, dos dois jornais que meu pai assina e lê, diariamente.
Foi quando uma matéria do caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo me chamou a atenção: uma crítica sobre O mal-estar na civilização, livro de Sigmund Freud que o autor da crítica considera obra prima. Pelo trecho abaixo, que faz parte do pouco que conheço sobre, acho que assim a consideraria também:


[...] quais são os propósitos e os objectivos vitais traídos pela conduta dos homens, o que pedem à vida e para onde tendem? Não há perigo de errar respondendo: tendem para a felicidade; os homens querem ser felizes e continuar a sê-lo. [...] O sofrimento ameaça-nos de três lados: no nosso próprio corpo que, destinado à decadência e à dissolução, não pode evitar esses sinais de alarme que são a dor e a angústia; do lado do mundo exterior, que dispõe de forças invencíveis e inexoráveis para se virar contra nós e aniquilar-nos; a terceira ameaça provém das nossas relações com os outros seres humanos. O sofrimento saído dessa fonte é-nos mais duro, talvez, que qualquer outro [...] o sofrimento de origem social.
( SIGMUND, Freud. Mal estar na civilização: 32 e 34.)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Discorde, se for capaz!

Copiei da Nannda, na cara dura! ;D

SAGITTARIUS - The Promiscuous One

Spontaneous. High appeal. Rare to find. Great when found. Loves being in long relationships. So much love to give. A loner most of the time.  Loses patience easily and will not take crap.  If in a bad mood stay FAR away.  Gets offended easily and remembers the offense forever.  Loves deeply but at times will not show it feels it is a sign of weakness.  Has many fears but will not show it.  VERY private person.  Defends loved ones will all their abilities. Can be childish often. Not one to mess with. Very pretty. Very romantic. Nice to everyone they meet. Their Love is one of a kind. Silly, fun and sweet. Have own unique appeal. Most caring person you will ever meet! Amazing in bed..!!! Not the kind of person you want to mess with- you might end up crying. 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Drang

Quero a coragem para a loucura. Quero sair por aí declamando uma frase de apenas três palavras que correspondem a todo um campo semântico.
Quero apenas ver a tua imagem, que nunca foi o que sonhei, mas é o que não passo um segundo sem imaginar.
Quero teu líquido escorrendo por cada concavidade e convecção minha. Quero seus lábios, em comunhão com sua língua, a umedecer cada canto meu ainda não preenchido com seus humores.
Quero curar minhas feridas, lhe causando algumas. Quero arranhões, mordidas, hematomas, puxões de cabelo. Pequenos espasmos, pequenos sussurros...  sua voz preenchendo todo e qualquer silêncio.
Quero uivar meus pavores, minhas alegrias... Uivar de modo tão selvagem a ponto de invejar lobos sob a lua cheia e a gatos no cio.
Quero o calor, a proteção, a invasão, o preenchimento.
Quero sua solidão e sua descrença no mundo fazendo par com as minhas. Transcendental? É pouco!
Depois quero ouvir... Ouvir seu suspiro surpreso de amante saciado. 
Como a viagem de ônibus é longa  entre São Roque e Sorocaba, resolvi levar, além de meu celular com algumas de minhas músicas favoritas, um livro. Parei de ler duas páginas depois, primeiro porque ônibus intermunicipais dão um enjôo imenso, segundo porque esse trecho me deu o que pensar: 

"Não era um devasso. Quando agia assim, ficava dominado pela repulsa contra seu ato e o medo das conseqüências. Era só sua fantasia que seguia um caminho mórbido. À medida que os dias da semana, um após o outro, se depositavam como chumbo sobre sua vida, aqueles encantos corrosivos começavam a atraí-lo. As lembranças de suas visitas se aglutinavam numa tentação única. Bozena aparecia-lha como uma criatura de inacreditável baixeza, e sua relação com ela, a sensação que era obrigado a suportar, parecia-lhe um cruel culto de sacrifício a si próprio. Excitava-o ter de abandonar tudo aquilo em que normalmente estava encerrado, sua posição privilegiada, as idéias e os sentimentos que lhe impunham, tudo aquilo que nada lhe dava, que apenas oprimia. Excitava-o escapar para junto daquela mulher, nú, despojado de tudo.
Com todos os rapazes era assim. Se Bozena fosse bela e pura, e ele fosse capaz de amar nesse época, talvez a mordesse toda, exasperando até a dor o seu prazer sexual e o dela. Pois a primeira adolescente não é amor por uma pessoa, e sim o ódio a todas as pessoas. Sentir-se incompreendido e não compreender o mundo não é o efeito de uma primeira paixão, mas sua causa. A paixão é apenas um refúgio, no qual estar com o outro significa solidão duplicada.
 Quase sempre a primeira paixão pouco perdura e deixa um ressaibo amargo. Trata-se de um logro, uma decepção. Quando ela passa, não compreendemos como fomos capazes de tudo aquilo, nem sabemos a quem culpar. Iso acontece porque as personagens desse drama em geral se encontram por acaso: eventuais companheiros de uma fuga enlouquecida. Apaziguados, não se reconhecem mais. Percebem que são diferentes, porque já não se dão conta do que tem em comum." 

MUSIL, Robert. O jovem Törless. tradução de Lya Luft. São Paulo: Folha de São Paulo, 2003.


Para unespianos que ficaram curiosos: A professora Ana Maria, da área de alemão, tem uma tese recém-defendida sobre esse livro (desculpem.... não lembro o nome da tese. Aliás, se alguém souber, deixe-me um recadinho ;D)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ponto de vista

Escrevi esse texto há muito tempo... Por que não coloquei aqui antes? Não sei... de fato não sei. Já concorri com ele em um concurso, já o vi em segunda fase, o que já me deixa feliz demais, embora eu quisesse ter ganho o tal concurso, como todo e qualquer mortal, diga-se de passagem. Lá vai:


Hoje acordei meio sufocada.  Não respirava direito e o ar parecia quente demais. Depois desse susto, outro: as luzes não eram mais as mesmas. Pareciam foscas, embora me cegassem com a intensidade com que encontravam meus olhos. Ainda assim levantei, me virei para sentar na cama e logo depois me por de pé, como todo estudante quando o despertador toca na mais tenra manhã de um dia que não é nem começo, nem fim de semana. Um dia tedioso... mais um deles! Foi então que percebi que as luzes tinham sido apagadas de repente, e gora, tanto do lado esquerdo, quanto do lado direito, se eu olhasse, veria um breu. Assustei-me. Depois vi que esse breu tinha forma. Tronco... tronco? Braços, tronco, cabeça. Possivelmente, teriam pernas também, mas essas eu não pude ver, devido a altura em que eu estava, fato que percebi nesse meio tempo. Seguranças! Seguranças? Para que eu precisava de seguranças? Me pus de pé para resolver de vez esse problema! Que negócio era esse? Onde é que eu estava? Aquilo parecia meu quarto, mas porque meu quarto teria seguranças? Dei o primeiro passo e colidi com algo que depois descobri o que era... Vidro? Por que vidro? Me tirem daqui já!
O segurança me olhou com uma cara de enfado, não porque tivesse me ouvido; simplesmente porque fazia parte do seu trabalho me vigiar e já era um dia tedioso, que não é nem começo, nem fim de semana. Achou engraçado eu me mexer e balbuciar algo que ele não podia ouvir, coisa que percebi pela sua cara de incompreensão e curiosidade postas numa mesma expressão.  Também achou engraçadas a minha irritação e exigência de rainha contrariada, criança birrenta.  Ficou me olhando espernear e ria-se da quebra de rotina que isso representou. Quando comecei a chorar, desesperada, percebi um início de comoção que logo se dispersou... Hora do almoço!
Foi então que no meio do choro, descobri o que estava acontecendo: eu tinha virado uma preciosidade, uma raridade que deveria ser preservada. O motivo? Não sei! Mas isso explicava os seguranças, o vidro, a altura em que estava... Então percebi que de nada adiantaria minha malcriadez, minha revolta.
Pus no meu rosto meu melhor sorriso, arrumei o quarto o mais bonito e asseado que pude, arrumei vestes galantes e me posicionei na cama do modo que achei mais belo e indiferente, altivo... como as estátuas gregas!, embora eu quisesse mesmo estourar com murros todo o vidro, provocar o som incômodo do soar do alarme, desfigurar a cara daqueles dois brutamontes do meu lado, velando a minha dor contida, e sair correndo, vento no rosto, sol na cara, novos cheiros, novas cores...

sábado, 15 de janeiro de 2011

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Baratas... baratas são bichos interessantes. É claro que não as comeria feito ostias, nem gostaria de acordar tranformada em uma, com nome e sobrenome estrangeiros.
Tenho nojo delas, como parece ser característica de todo ser com duplo cromossomo X. Mas é um nojo tolerável.
Baratas me indicam quando devo deixar minha pregüiça de lado e encarar o destino cruel e árduo de limpar o meu quarto (sim, minha mãe, tão asseada e- sic!-, maternal, ficaria horrorizada com a leitura dessas linhas, mas fato é fato).
Baratas também me fazem heroína: Cláudia se alegra quando mato uma delas e até me canta a música do Super-homem!
Não gosto de matá-las. Acho que, como todo ser vivo, fazem parte da cadeia alimentar e contribuem para o equilíbrio- que já está pendendo para o caos há anos- da terra... Ou porque elas também são bichinhos de deus e eu como cristã deveria amá-los... Mas ainda voto no "crec" insuportavelmente incômodo e na gosma que ele pressupõe: um simples caso de limpeza- mal ae, mãe!
baratas também me lembram as aulas de Biologia do colegial. Meu professor, mais aloprado do que qualquer ser dentro daquela classe, costumava dizer que elas poderiam ser ampliadas em tamanhos gigantes e se tornar vilãs do Jaspion. De fato, observando hoje o seriado, acho que ele tinha razão!
O ser com nome de cachorro e aparência de protagonista cowboy de desenho animado da Pixar para crianças e adultos, cujo final do terceiro filme quase me pôs em prantos, também dizia que, caso houvesse uma guerra com bombas nucleares e toda essa parafernália, elas seriam as únicas a sobreviver. Justo elas, que são mortas por mim, com um simples pisão tamanho 38, seguido de um arrepio ocasionado pelo "crec" e de uma cara de repugnância pela gosma deixada por elas no chão, tudo sob uma trilha sonora de Super-homem... Pseudo fragilidade?
Baratas também me lembram meu assunto favorito: música. Porque a gente pode sempre ser desprovido de bom senso e de capacidade mental- ok, momentaneamente e, às vezes, com a ajuda do diabólico álcool- e começar a cantar "Toda a vez que eu chego em casa/ A  barata da vizinha tá na minha cama".
Mas se você for um idiota mais provido de capacidade- sic!- do que o idiota anterior, certamente quererá mostrar seus conhecimentos de uma segunda língua e cantará " La cucaracha, la cucaracha/ Ya no puede caminar"
 E não é só isso! Você pode ser tão sem noção quanto os dois idiotas anteriores e começar a cantar "Eu vi uma barata ta" quando uma dessas cruzar seu caminho!
Sendo assim, meu caro, a próxima vez que encontrar esse ser castanho-ágil-nojento-voador, pare e deixe-o passar: Baratas são rainhas!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Recebi hoje esse e-mail de uma amiga querida. Achei muito bonito e resolvi postar. Espero que gostem. 

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade. 
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida. .. Isto é um princípio da natureza. 
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância. 
Solidão é muito mais do que isto. 
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma....  

Francisco  Buarque  de  Holanda  

sábado, 8 de janeiro de 2011


Quatro do um de dois mil e onze...
Sei lá, só sei que é cedo. Acordei para escrever!
Falando em acordar... Acordei e nem precisei acender a luz para achar a porta. Ela já tinha uma aura em volta de si... TV. Meu pai que nunca dorme!

Telefonema.
Horas de viagem
...
-Você!
Cara assustada.
Me dá um beijo!
O resto é história. História proibida para menores de 18. história de tarja preta e risos altos...
História de loucos.

140 caracteres profundos- Como transformar um tuite em pequeno pseudo-poema

Numa viagem, as melhores imagens que se podem captar são as mentais, porque lembranças duram mais que fotos digitais!