terça-feira, 1 de setembro de 2009

Considerações sobre o tempo

Hoje foi um dia interessante, mas será que eu deveria dizer hoje? Vai saber.....
Tive a primeira aula de uma disciplina que estudaria o uso da linguagem. Pragmática, para os íntimos. Mas o que acabou acontecendo, para explicar o uso de determinadas expressões dentro do português brasileiro, foi uma torrente de considerações filosóficas sobre o tempo e eu, claro, fui ao delírio.
Discutimos, por exemplo que Newton considerava o tempo como um deslocamento. Mas, se o tempo é deslocamento, como ficam passado, presente e futuro dentro dessa teoria?
O passado não existiria, pois já existiu, e, portanto, é MEMÓRIA. Futuro é uma PROJEÇÃO, portanto também não existe. E o passado? Só existe, se assim se pode dizer, como REALIZAÇÃO do futuro no passado, ou seja, sendo um futuro que se tornou passado, uma projeção que virou memória.
Minha vida deu uma parada no tempo, se é que depois do que acostumei a chamar de hoje, eu possa dizer isso.
Se futuro não existe, passado também não e o presente é parte real, parte imaginário e parte projeção, como estabelecer um rumo? Como parar de pensar que tudo isso é ilusão?
Sei que depois Einstein, segundo o meu professor, virá dizer que tudo isso é uma ilusão, que tempo não é deslocamento coisa nenhuma e, com isso, criará uma das teorias mais famosas do mundo, a Teoria da Relatividade, mas, ficou tudo meio estranho e quase que prefiro, segundo Graham Greene, a insanidade da inocência e, segundo eu mesma, da ignorância.

Um comentário:

  1. Estamos em uma fase de transição: abandonando a modernidade, as vanguardas e entrando em um período que não sei se posso considerar como novo, portanto é um não-sei-o-que indefinido. Pode parecer controverso abandonar o tempo 'moderno', a 'vanguarda', mas no futuro teremos os termos corretos para designar essa mudança, espero. Ao que sei a modernidade foi o único período da humanidade que colocou seus paradigmas de afirmação e negação do ser no fúturo, no novo, na novidade, no que está por vir. Essa era sua marca, ser e não ser, eis não mais a questão, mas a resposta. Porém, todo esse fervor da modernidade culminou que a busca pela novidade tornou-se regra, o novo é efêmero,(para usar termos menos filosóficos)o diferente é igual...
    Estamos deslocando nosso lugar enquanto situados no tempo. Não há mais busca pelo tempo ciclíco da antiguidade(pense num círculo, num eterno retorno, onde o passado glorioso representa o futuro que há de vir), não há mais busca pelo eterno presente cristão da Idade média(o tempo perfeito, em que cada essência virá à tona, tornando-se o que realmente é para todo o sempre), nem a busca pelo novo a cada instante. Ao que penso, o presente enquanto presente será o novo tempo-paradigma das próximas gerações. Não é simples de entender, principalmente quando envolve nosso rumo: como deslocar nossa atenção do futuro para o presente? Fica a questão.

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