sábado, 31 de dezembro de 2011

2011. Dois mil e onze. Dois mil e onze foi um ano difícil. Um ano de morte, de mentiras, de falsidade, de lágrimas, de hipocrisia e de dor. Mas eu venci. Venci com honestidade, com a alegria e com o sorriso que me são característicos. Venci porque tenho muitos –e pacientes- amigos, que podem ser os mais errados aos dos outros, mas são os que eu sei que posso contar, literalmente, a QUALQUER HORA; venci porque tenho força e sorte.
Agradeço aos meus amigos, que, como já disse, me deram apoio. Aos inimigos, não agradeço porque eles não fizeram nada além de me mostrar que eu era mais forte do que pensava, fato que não considero uma mudança significativa, só uma constatação.
Mas não houve nada de bom esse ano?- perguntará você. Eu digo que sim. Conheci muitas pessoas, reconheci outras... Descobri coisas que antes não sabia, vi coisas que antes não via, senti coisas que antes não sentia. E também foi por causa disso que venci. Fui ao chão. Virei cinzas, mas elas só fizeram minhas penas mais vistosas, mais coloridas!
E por isso tudo que digo que bato violentamente a porta atrás de minhas costas e a tranco-a muito cuidadosamente, sem dizer palavra alguma.
Das ist nicht deine Schuld, dass die Welt ist, wie sie ist. Es wär nur deine Schuld, wenn sie so bleibt. WENN SIE SO BLEIBT!
And to all of you, and to all of you… COME ON NOW!
SLAM!
E feliz 2012 para mim e para os que me acompanham.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Miniconto (x +2)

Agenda, 8 de setembro de dois mil e onze:
Importante: há sempre um interesse nas relações humanas, além de uma gota de sangue em cada poema. E não há aula da profa. S.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Challenge accepted!

Gostava de abrir a janela e dar de cara com a vizinha. De lá, via que era tudo exatamente igual ao seu, exceto pelo lado. Um espelho, modificado pela cor da moldura, talvez... vai saber!
O caso é que aquela imagem era nostálgica e.... LARGOU TUDO!
Nem aquela mochila cara e grande que não saía de suas costas foi junto. NADA! Se pudesse, saía pelada pela praça correndo. Não pode, né?
Só o que tinha era aquela janela, aquela vizinha, aquele espaço estreito entre o íntimo e a fofoca da senhora da frente, o ladrilho no chão, a curva para a esquerda, aquele arbusto no qual sempre se enroscava na pressa de quem aposta corrida com os amigos e com o estômago, aquelas bicicletas que atrapalhavam o movimento, aquele cara parado com o telefone celular e uma namorada cri-cri na porta da mercearia do Seu Freitas- ããããhhh-, aquela casa que parecia olhar todos no final da rua, aqueles ladrilhos, aqueles ladrilhos, aquela curva para a esquerda...
Foi então que, exatamente na curva contrária, sua rua não teve saída.  

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Ratos são roedores bonitos até. Não tenho nada contra. Aliás, são úteis: ciência, psicologia.
Mas, quando ele passou por mim, passou também pelas minhas coisas...
Uma pedra, quando jogada na água, produz uma onda pequena, depois uma maior, depois outra maior que essa e mais uma maior ainda...
O rato levou embora meus doces, meus pães... trouxe o cupim da minha porta, minha mãe morta e o virar a costa...
Uma pedra, quando jogada na água, produz uma onda pequena, depois uma maior, depois outra maior que essa e mais uma maior ainda... e se dispersa.
-Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo!
-Não direi uma palavra qualquer, e sim aquela que carrega em si menções a outras... um verbo: ria!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Miniconto (x +1)

Ela veste essa camiseta toda vez que se sente traída. Nossa, como está desbotada!

domingo, 16 de outubro de 2011

Es tut uns weh!

...
-Então.... não vou dizer que eu seja tranquila quanto a isso, porque sei lá.... superação não é a palavra para isso...não posso dizer que eu tenha superado, entende?
*Me sinto exatamente assim. É como uma música que está alí, mas tem umas notas que não estão sendo tocadas. Mas a música está alí... Como se fosem brechas, espaços em branco...
- É, é isso! São pequenas pausas na pauta, entende? Você convive bem com isso, mas não supera. Afinal, silêncio é silêncio.

And when she died I should have cried and spared myself some pain...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Tire suas patas de cima de mim e me esqueça! Si, uma oitava acima.
Sonhadores não tem patas, tem pés, penas, asas. É certo que elas se queimam com o sol das ilusões, mas isso só faz com que eles troquem a penugem por uma nova.
Diferente dos cachorros que saem aos gritos com qualquer pisão mais firme de pés...

domingo, 9 de outubro de 2011

Araraquara rock 2011, segundo dia

Logo tirado do site oficial

Para quem não esperava nada e foi só porque não tinha nada para fazer – que minha orientadora não leia isso!-, a noite de ontem do Araraquara Rock merece nossos dedos indicador e mindinho em riste e aquela famosa cara falsa de mal- “é natural do homem a capacidade de imitar” maooooee Aristóteles maneiro! Literalmente, uma porrada. No sentido mais tradicional da coisa, pois não faltaram nem cotoveladas, nem corpos se batendo falsamente (Meu querido bate cabeça que eu não podia deixar de entrar)-não se assuste: se não quiser participar, é só devolver a porrada e está tudo certo-, vocais guturais, pedais duplos e muita, muita guitarra distorcida.
Metaforicamente, os shows de ontem também foram uma porrada só: começamos bem, com um cadeirante como baixista. Passamos por um guitarrista novíssimo, mas fazendo o serviço que muita gente grande não faz, por uma mocinha de 1,60m, com maquiagem à la David Bowie cantando Avenged Sevenfold e fazendo marmanjos de 1,80m pirarem com muita, mas com muita propriedade. Alô você que acha que somos adolescentes agressivos, sisudos e praticamente autistas dentro de nossa própria curtição irreal de dizer sim ao som com um movimento rápido e contínuo de nossas cabeças: Isso está bom para você ser convencido do contrário ou eu vou precisar falar mais?
Vou precisar falar mais? Ok.
Por onde começarei? Pelo pessoal do rockabilly e do emo que andava tranquilamente no meio dos Canibal Corpses da vida? Pela mocinha com vestido rosa de bolinha prostrada de pé, perto do palco, sem nenhum arranhão? Pelo rapaz com a camiseta do Black Flag sossegadamente transitando por lá? Está bom, né?
Gosto de ir a shows com as músicas que conheço e descobrir o resto lá. Faz mais sentido, a meu ver. E foi assim que vi a banda mais esperada da noite- e a mais levinha de todas, dado ser classificada como de metal melódico- Hangar. Trata-se da banda de Aquiles Priester, nome que nós, os iniciados, ouvimos com muita reverência- O baterista do Angra! Porrada mais uma vez: o show foi uma profusão maravilhosa de técnica, atitude, velocidade, peso, energia sentimentalismo –te peguei!- conversas com o público- te peguei outra vez!- e muita, muita simpatia.
Ao final, um presente para essa que vos fala: um cover muito bem realizado de nada mais, nada menos do que Painkiller do Judas Priest que fez com que ela fizesse um simpático ângulo de 320 graus entre o chão e o céu e elevasse sua voz às entidades mais longínquas- coisa que teve que agradecer ao baixista depois-... demônios expurgados... Porrada!
A última porrada da noite, se é que se tinha força para mais uma, foi a simpatia da banda principal ao dar autógrafos, tirar fotos e escutar as besteiras que a gente fala aos ídolos, quando os vê de perto. Coisa que essa que vos fala não se livrou de fazer. Porrada, porrada, porrada. Amei! \m/

Miniconto: 
Vocalista mais novo- “estou há três meses na banda”- e uma tiete tímida:
Tira uma foto comigo?
Mais claro que sim. Adorei seu cabelo... muito lindo!
Ah, valeu... valeu *fica vermelha, sorri e recebe um beijo na bochecha*
Obrigada, foi um belo show.
Obrigado você! 

sábado, 8 de outubro de 2011

Aristóteles maneiro

Se nem ele é contra a cópia, à imitação, aí vai meu Contrl C- Contrl V da vida:

Adicionar legenda
Miniconto I: Você me mostra seus minicontos. Será que eu teria rido dois anos trás?

Miniconto II: Araraquara fazendo cosplay de Edimburgo. Quiçá serás São Paulo, gatinha.

Miniconto III:  Porta do banheiro: Fulana é gotiquinha tupiniquim e se veste mal. Vejam o namorado dela. Eu acho é que ela se veste bem. Eu penso que vocês deveriam ocupar seus lugares na programação vespertina de algumas TVs por aí!

Miniconto IV: Acho você pessimista. Acho que você se acha dono da verdade. Lanche tá bom, né?

Miniconto V: Unesp tem a segunda melhor gradução do país. E tem gente que pergunta se é paga.

Miniconto VI: Deutchen Zitate.... die ganze Wahrheit! 


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ja, wir haben Bananen II


Macacos, macacos, macacos
que sentam em cima do rabo e se sentem bem
Macacos, macacos, macacos
seus rabos crescem e vocês não veem
Macacos, macacos, macacos
lembrem-se em meio a seu desdém
Macacos, macacos, macacos
nós somos macacos também!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Ja, wir haben Bananen!


-Eu te amo
-É cedo para dizer (também te amo, mas não quero admitir)
...                                      
Comunicação falha, também conhecida como desentendimento acrescido de teimosia, ou ‘receita mais rápida que crack rumo ao inferno’.
-Que diria eu para consertar?
-Nada conserta. (Eu quero, mas tenho que me fazer de difícil)
O que fazer? Não é vergonha, entre um bando de macacos, ter rabo. Aliás, é muito mais comum do que se imagina. O duro é que, para ser diferente, é preciso escondê-lo. Ou assim se pensa que seja.
Acho eu que o diferente seria mostrar com orgulho o próprio rabo, se assumir como mais um dos macacos... E FAZER MACAQUICES COMO MANDA O FIGURINO!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ich telefoniere mit meinem bláblá

-Como vão as coisas?
- Sei lá... Tô cansada.
-Foco! Não há porquê.

-Ele me perguntou se as coisas iam bem e eu disse que estava cansada.
-Como pode?

Desculpe, sou dona de frases feitas e sonhos inacabados... A pior das espécies.....a humana.

And the future is certain, give us time to work it out!

terça-feira, 26 de julho de 2011

São Paulo é thrash...... METAL!

Andar em São Paulo é como, se fosse possível, ensaiar uma coreografia para uma música de thrash metal, de solos agudos interminavelmente frenéticos e bateria veloz de pedal duplo. Vamo lá pessoal! Schritt zum Schritt... esquerda, direita, esquerda, frente! E a multidão enfurecida e desvairada te leva, feito a maré, na qual traçar uma linha reta de um ponto a outro não é solução...
Todos são- ou querem ser- Phil Anselmo, embora cada um tenha sua fantasia. Quase é possível ouvi-los dizer seu nome por aí.
Todos dançam juntos: brancos, pretos, altos, baixos, muito baixos, amarelos, gordos, muito gordos, de cabelo encaracolado, liso, com um black power (Ich freue mich, Sie kennen zu lernen =D), executivos, mães, crianças, administradores, estudantes (Ich freue mich [noch einmal =P] darüber =D), Celtas, fox (es? [ Wann wirst du intelligent, Aline?]), polos, kias und Caios (marca registada. Ou aquele czinho colado no vidro...)...
Meine Hobbys sind Müsik hören, lesen, schreiben... Ach! Ich habe es vergessen... Ich reise gern auch! =D

sábado, 2 de julho de 2011

Apenas um registro

Nada no mundo, nem a maior fortuna, paga a sensação de ter vivido algo bom, de ter tido novas experiências, de ter visto o trivial de outro ângulo...
Nada paga a sensação de ter vivido algo bom.
À você, que me proporcionou esse mundo, tudo o que houver de melhor!
I´m happy.... Happy, happy!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Por favor, salvem a professorinha! Ela tem pré-nostalgia...

Dar adeus às coisas nunca foi o meu -e presumo que não seja o de ninguém- forte. Digo isso com a surpresa de quem acabou de descobrir algo. Digo isso com a certeza capenga de quem tem fé na própria capacidade.
O fato é que foi divertido. Foi divertido não saber responder, dar respostas do nada, pensar que poderia ter dado uma reposta melhor, fazer teatro, usar sinônimos, traduzir para outras duas línguas, escrever frases exemplos, procurar vídeos, passar horas lendo...
Ensinar é uma dádiva não "socio-remuneradamente" reconhecida. É uma pena, mas a gente faz. E sente saudade quando se vê diante da iminência do fim. 
É assim: ficam o sufoco, a lembrança, os conhecimentos sedimentados e os recém adquiridos, ficam os novos amigos... 

sábado, 11 de junho de 2011

Minha homenagem ao dia de amanhã: 

Es ist was es ist


Es ist Unsinn
sagt die Vernunft
Es ist was es ist
sagt die Liebe

Es ist Unglück
sagt die Berechnung
Es ist nichts als Schmerz
sagt die Angst
Es ist aussichtlos
sagt die Einsicht
Es ist was es ist
sagt die Liebe

Es ist lächerlich
sagt der Stolz
Es ist leichtsinnig
sagt die Vorsicht
Es ist unmöglich
sagt die Erfahrung
Es ist was es ist
sagt die Liebe         




É insensato
diz a razão
É o que é
diz o amor

É azar
diz o cálculo
Não é senão dor
diz o medo
É sem perspectiva
diz a sapiência
É o que é
diz o amor

É risível
diz o orgulho
É leviandade
diz a precaução
É impossível
diz a experiência
É o que é
diz o amor



ps: Tradução livre feita em classe

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Dose de ira do dia


Não me venham dizer que as cicatrizes geram aprendizado e que isso é lindo! Jamais vi cicatriz que não fosse um erro no meio da perfeição do desenho dos corpos.

Faça algo diferente: experimente dar lápis com os quais se delineiam curvas ao invés de facas que produzem cicatrizes!
´Cause I want something that I never had! 

sábado, 21 de maio de 2011

Andei xeretando na Internet e me deparei com esse texto. Leia! Sem Mais.
http://janeladecima.wordpress.com/2011/05/02/namore-uma-garota-que-le/

quarta-feira, 11 de maio de 2011

domingo, 8 de maio de 2011

Para quem vai?

Hoje acordei relativamente cedo. Deixei-me estar mais um pouco na cama, como e costume, a me situar a respeito de data, hora e tarefas a serem feitas. Foi então que me lembrei que hoje é feriado: lembrei-me de todas as pessoas que abraçarão suas progenitoras- por obrigação ou não-, almoçarão junto com elas e sorrirão pelo resto do dia. Então me lembrei que serei incapaz disso e deixei minha vista ser embaçada pelas lágrimas, mais do que já é pela miopia; mexi em cicatriz velha, já feia pelos anos de desassossego. 
Não sei ao certo em que momento isso aconteceu, mas parei. Parei, enxuguei o rosto e pensei: eu realmente não tenho mãe? Mentira, tenho sim! Pode não ser a mais comum, mas é mãe.
Então pensei naquele- não, não troquei o gênero por pura distração- que vai estar sempre com o carro parado no Terminal Tietê, depois de enfrentar a sensibilidade à luz e o astigmatismo em grau avançado, pronto para uma conversa sobre multas de trânsito, carros, alta velocidade, mandados do JEC, shows de heavy metal, bolsas de extensão universitária, cursos de alemão de férias, intercâmbio para a Inglaterra, Brahma, jogo do Santos... Tudo isso ao som de Queen.
Pensei naquele que sempre terá o melhor molho com lingüiça "fininha, importada e 'quente'" para macarrão do mundo, além do tempero mais fantástico do universo: aquele que você acha que não vai dar em nada, mas faz o melhor lombo assado da Via Láctea.
Pensei naquele que, ao atender uma ligação histérica, chorosa, descrente e enlouquecida, apenas responde, sem a mínima alteração de voz: "Filha, o Paraíso deveria, mas não existe. Isso não é nada... Até parece que morreu alguém"! E então começa um pequeno seminário com tudo o que sabe a respeito do tema. E se você continuar a reclamar, ouvirá um "Para mim é fácil... São só 300km... se preciso, eu vou aí". 
Pensei naquele que pega o velho Fusca e vai ver como está o carro novo batido e diz que "Não é importante, se ninguém se machucou", enquanto a motorista corre em círculos, chutando guias, pensando em "quanto vai ficar essa brincadeira, deus?!".
Pensei naquele que dá trabalho, que às vezes chega em casa com o cheiro enjoativo de cevada e nicotina, com a fala mole de eriçar nervos. Também falo da autoridade que dizia, no lugar de qualquer elogio, um "Não faz mais do que a obrigação". Falo também daquele que liga para ir buscá-lo em Ibiúna porque o carro quebrou; daquele que não marca consultas nem leva receitas para a farmácia de manipulação sem mim; daquele que quase não sabe o número das roupas que veste porque sou eu que as compro. 
Pensei naquele que dá broncas pela desorganização, pela impaciência, pela importância dada à quem ou ao que não merece tudo isso; pensei naquele que fala três vezes a mesma coisa num curto espaço de tempo, que se preocupa, que se esforça, que liga só para saber como vão as coisas...
Depois de tudo isso, parei. Parei e me perguntei o que seria isso se não o que se comemora hoje: ser mãe. Por isso, hoje dou parabéns àquele que tem funcionado como agente duplo há anos, sem descansar: meu pãe... ops, pai!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sempre achei que ausência não era boa resposta. Sempre achei que o silêncio e o branco necessitavam de algo a mais. Para o silêncio, uma nota, melodia ou harmonia. Para o branco, um rabisco, uma cor.  Mas foi teu silêncio que me fez ouvir; foi tua tela branca que me fez ver. Meu silêncio tem outro ritmo, meu branco é tela que precisa de cor: verde, amarelo, vermelho! Seu branco e preto jamais suprirá meus desejos de artista, jamais será o caminho rumo à pintura perfeita. Minha aquarela tem matizes que jamais passarão pela sua imaginação, jamais serão do seu conhecimento. Minha escala tem tons divino-demoníacos a passear pelo ar. Outra esfera, outros rabiscos...

domingo, 17 de abril de 2011

Fato é que sou fã das vírgulas
E o ponto final me aborrece

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
Em nosso espírito sofrer pedras e setas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provações
E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais.
Dizer que rematamos com um sono a angústia
E as mil pelejas naturais-herança do homem:
Morrer para dormir... é uma consumação
Que bem merece e desejamos com fervor.
Dormir... Talvez sonhar: eis onde surge o obstáculo:
Pois quando livres do tumulto da existência,
No repouso da morte o sonho que tenhamos
Devem fazer-nos hesitar: eis a suspeita
Que impõe tão longa vida aos nossos infortúnios.
Quem sofreria os relhos e a irrisão do mundo,
O agravo do opressor, a afronta do orgulhoso,
Toda a lancinação do mal-prezado amor,
A insolência oficial, as dilações da lei,
Os doestos que dos nulos têm de suportar
O mérito paciente, quem o sofreria,
Quando alcançasse a mais perfeita quitação
Com a ponta de um punhal? Quem levaria fardos,
Gemendo e suando sob a vida fatigante,
Se o receio de alguma coisa após a morte,
–Essa região desconhecida cujas raias
Jamais viajante algum atravessou de volta –
Não nos pusesse a voar para outros, não sabidos?
O pensamento assim nos acovarda, e assim
É que se cobre a tez normal da decisão
Com o tom pálido e enfermo da melancolia;
E desde que nos prendam tais cogitações,
Empresas de alto escopo e que bem alto planam
Desviam-se de rumo e cessam até mesmo
De se chamar ação.

Tradução de SILVA RAMOS, Péricles Eugênio da. Hamlet Editora Abril, 1976.

domingo, 3 de abril de 2011

The happiest day of my fucking life (part. II) ou 02/04/11

06:30... eis que o relógio desperta. Acordo feliz, apesar do sábado e do horário.
Banho, café, malas prontas, capítulo do livro para o TCC lido –desencargo de consciência!-... lá vou eu!
Ônibus, quatro horas que mais parecem 4 eras geológicas... Geológica? Dinossauro? Era isso mesmo que desejava ver.
Terminal Tietê, pressa, rua, fucking sinal que não fica vermelho para os carros!
-Moço, como é que faço mesmo para chegar na Olavo Fontoura?
Você vai reto, vira à direita, depois à esquerda e vai estar logo no Anhembi -esse sabe das coisas!- ... obrigada!
Sorriso demente, uniforme preto, caminhando às duas da tarde... lá vou eu!... I AM WARRIOR, I´M FEARLESS...
-Aeeewww Mairnque / São Roque! Alguém me reconhece na fila da pista. Paro para conversar.  Se quisesse, teria lugar ali mesmo. De onde será? Nenhuma memória!
Anhembi, portão 25. Ué.... ninguém?
-Pista Premium não tem fila?
-Só entrar moça, diz o segurança.
Perdi a conta dos ‘obrigada’s!
Fila pequena... umas duzentas pessoas. Em comparação com a pista, suave demais!
Pai e filhos de campinas.... um sarro!
Telefonema... onde você está? Putz... busão de merda!
Amizade com o casal da fila: ele de Americana, ela do Rio Grande do Sul. Papo, foto, etc etc.
Portão aberto, revista, meu lanche jogado fora. Uma mentira: sou diabética! Uma sorte: uma enfermeira para confirmar! Um salvamento: M&M´s.
Pulseira na mão...
Entro. Coloco a mão no rosto porque simplesmente não acredito. IN GOD... OPS.... IN OZZY WE TRUST! Foto!
Palco perto, pertíssimo! Tweet!
Sorriso demente, dementíssimo! Ninguém o tire de mim!
Foto, foto e mais foto!
Ao meu lado, uma criança... uma criança? É... já tinha ido no Acdc –inveja!-, iria no Rock´n´rio... orgulho! Conversa longa.
À minha frente, dois amigos muito simpáticos. Aliás, tenho que agradecer aos dois, mas mais ao mais gordinho, que aguentou firme os gritos, choro e socos involuntários meus.
 Telefonema: Ei, onde você tá? Balanço o celular vermelho. Grito porque não ouço. Ligação cai. Novo telefonema: olha pra trás.... Aeeeewwwww mulequeeeeeee! Belezinha? Tozzi me acha! 
Chuva! Putz.... Ah, fuck the rain!
Mais chuva. Desta vez muito gelada. E é então que uma bandeira de 80x80 vira abrigo do dono e mais três pessoas.  Depois, outra bandeira vira abrigo de três. Esse é o espírito do metal!
19:00... agora vai? Não, a chuva não deixa!
19:30... e agora? Agora vai, mesmo com chuva.
Eis que entram três monstros destruindo tudo: Sepultura... e o Derek! Monstruosidade: de altura, de largura, de canicalon- calculei fácil 1 metro e vinte.... daí pra mais!- e de voz potente e rouca- já posso ter medo?- porque agora ele ‘tá falando português porra!’ ‘Porra Andreas... caralho, mano!’
ROOOOOOOTSSSSS. BLOOODY ROOOOOOTTTSSSS! E o menino vira pra diz e diz ao pai ‘eles tocam muito!’ Aeeewwww futuro do Metal!
Mais conversa... treze anos, fãzaço da atração principal. Quando lhe foi apresentada? Três dias depois do show anterior...
- Comecei a curtir mais ou menos com sua idade... para e pensa: metade da sua vida- eis a fucking importância disso tudo!
E o menino aprende mais sobre a atração principal com o casal ao seu lado. Aprendiz atento, guiado pelo pai fucking orgulhoso.
Inglês que é, sobe ao palco pontualmente às 21:30, de braços abertos ao público, o dinossauro do heavy metal. I´M A ROCK STAR, I´M A DEALER, I´M A SERVANT, I´M A LEADER, I´M A SAVIOR, I´M SINNER, I´M A KILLER. I´LL BE ANYTHING YOU WANT ME TO BE...
Listen in awe and you hear him (her)- voz de choro- bark in the moon!
I CAN´T FUCKING HEAR YOU…. LOUDERRRRR!
 Espumaaaaaaa!
E ela grita… grita, chora, esperneia! É de verdade... ele existe! Chora, sorri.... canta.... chora!
LET ME HEAR YOU SCREAM -SCREEEEAM, NOT CRYING, FUCK! Onde foi parar seu ingles??
E o dinossauro, agora morcego transformado, desejando o sangue que a plateia dá de muito bom grado, se enrola na bandeira do Brasil que é jogada para ele! Delírio!
Chuva que não dá trégua!
This song is called MISTER CROWLEY, I DON´T KNOW-  Nobody ever told me I´ll found out for myself… you gotta believe in foolish miracles… chora it´s not how you play the game is if win or lose you can choose… win or lose now….. it´s up to yooooouuuuuuuu- chora-, FAIRIES WEAR BOOTS, SUICIDE SOLUTION-chora -, ROAD TO NOWHER- chora, canta olhando para o céu e sentindo cair os pingos da chuva que não dá trégua sob sua cabeça- WAR PIGS…
E a chuva que não dá trégua e engrossa!
FUCK THE RAIN, MAN! FUCK THE RAIN! Baldada na própria cabeça! Shot in the dark!- Esperneia! E canta…. Canta a plenos pulmões!
 Inglês que é, logo vem um: I WOULD LIKE TO INTRODUCE MY BAND… ON KEYBOARDS, ON BASS GUITAR, ON DRUMS AND ON THE LEAD GUITARS, THE NEW ONE GUS G.- que por mim poderia ser tranquilamente a abreviação de Grego Garboso-... E começa o grito em louvor ao novo guitarrista. Deve ser legal ter seu nome entoado pela maior lenda do Metal...e por seu público fanático!
Solos, música instrumental- RAT SALAD, PORRRAAAAAA!-, banda sincronizadinha, ponderosa e cheia de estilo.
Solo de bateria...
 HEY HEY HEY HEY... IIII AAAMMMM IRON MAAAAANNNN! Oh Oh Oh Oh Oh… piração total!
This song called I DON´T WANNA CHANGE THE WORLD! E então surge um monstro a duas cabeças de distância do palco: canta com tanta força, que é possível sentir as veias querendo tomar o lugar da pele do pescoço de tão saltadas e é possível ver as veias saltarem do ponho em riste, socando, com fúria o ar. Afinal, não queremos nos mudar (muito), nem queremos que nos mudem! E se você disser que eu sou pecador (a), te digo que eu também falo com deus e que ele não gosta muito de você também! 1,63m e 72kg de fúria total.... CATARSE!
I CAN´T SEE YOU GO CRAZZZZZYYYY.... Ah, não? Pulemos então, fuck! Fúria imensa. E mais força na voz e no punho! Melhorou...
CRAZY… YEAH YEAH…. BUT THAT´S HOW IT GOES.... Senhoooooooooooooooorrrrrrr! Pula, pula, pulaaaaa! Delírio!
ONE MORE SONG, ONE MORE SONG, ONE MORE SONG!
Logo após, a calma e a doçura da ‘Balada à Sharon Osbourne’, mais conhecida como ‘Mamma I´m comming home’. E o Anhembi inteiro canta, em coro! Deve ser legal ter sua música cantada em várias vozes assim.... arrepio!
ONE MORE SONG, ONE MORE SONG!
GO CRAZZYYYYYYYYY!
E Paranoid começa! Alegria ao entoar o hino!
THANK YOU, GOOD NIGHT, WE LOVE YOU ALL!
Agradecimento ao publico… FOR ALL THIS YEARS YOU STOOD BY ME… GOD BLESS I LOVE YOU ALL!
 Alguns queriam ‘NIB’ e ‘No more tears’- aliás, gritada durante o show inteiro- como eu, mas elas não serem tocadas não pareceu um grande problema. I DON´T WANNA STOP, do Cd anterior, também não tocou, mas e daí? A gente perdoa o Madman... afinal, sem voz, ele fez mais do que pode: I don´t know what happen with my fucking voice today.... I´m a bit voiceless... but I´m doing the best I can! O baixista, que toca seu ombro um pouco antes dessa informação, sabe.... e nós também!
Caminhada de volta ao Tietê. Alguém me toca:
- Moça, como é que eu faço pra chegar ao Tietê? É só ir reto?
-Não, você tem que atravessar a passarela, ir reto, virar à esquerda na faculdade, pegar um bequinho e ir, mas se quiser,estou indo para lá... você vai comigo.
Uma loira e uma morena, que nunca se viram antes, jogam conversa fora, enquanto caminham até o Terminal. Esse é o espírito do Metal.
Ainda me faltavam 4 horas de viagem. Molhada, cansada, pobre, com fome, mas feliz.... muito feliz!
De volta à Araraquara, o mundo é mais colorido, apesar da cãibra, da tremedeira e da umidade. FUCK THE RAIN, MAN! THIS WAS THE HAPPIEST DAY OF MY FUCKING LIFE (part. II)!
02/04/11- Ozzy Osbourne
Local: Arena Anhembi
 Número de pessoas: Eu e cerca de 35 mil fanáticos, que uniram-se, pois só o rock´n´roll salva.
Gastos: Acha que eu contei?
Horas dispendidas: 24 horas cravadas. (inclusive para a escritura desse texto)

Nível de serotonina: o mais alto possível

terça-feira, 22 de março de 2011

Para pensar, cambadinha!

Sou uma "pessoa de fora" lendo esse texto e digo que ele serve não só para RPs (re)pensarem a respeito de sua profissão e de como a exercem, mas para todo profissional que precisa "vender" seu produto e /ou serviço no mercado atual.

http://abordodacomunicacao.com.br/2011/03/22/por-que-relacoes-publicas-ainda-escreve-para-relacoes-publicas/

Texto da amiga Márcia Ceschini (@marciaceschini) que merece, e muito, uma olhadela!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Eu vi no SESC

Por alguns momentos, senti o sangue negro correr mais rápido e mais intenso por minhas veias. Senti o pulsar do meu coração em sintonia com os atabaques. Meus olhos se encheram de lágrimas enquanto acompanhavam o movimentar dos corpos e das cores presentes: vermelho, verde, amarelo e preto. Em meus ouvidos penetrou o som dos chocalhos que, junto com os gritos e com as canções, completou o espetáculo, me levando a terra dos ancestrais: tataravós, bisavós... quem sabe o quão longe! Meus pés e minhas mãos seguiram o ritmo frenético das batidas...
No final o hino, cantado a capela, ativou o último dos sentidos e todos os meus poros jamais sentiram tanta liberdade com um arrepiar de pelos.
Guiné Bissau... é dança, é cor, é alegria, é instinto, fantasia, transe!

terça-feira, 15 de março de 2011

Quero um desses.... como faz?

quinta-feira, 3 de março de 2011

Das quase metamorfoses

A lagarta atravessava a rua. Um movimento retilíneo, mais um... Paf! 
Parou a bicicleta no viaduto. Aproximou-se da grade. Olhou para um lado, depois para outro. Olhou para frente. Um impulso.... Paf!
Lá se foram duas lagartas. Uma por acaso, outra por intenção. Duas quase borboletas perdidas. Uma porque não teve chance, outra porque a perdeu. Uma nem sentiu o que é bater asas e voar, outra chegou ao cúmulo do que isso representa.
Chove lá fora. Aqui dentro está um pouco embaçado, por causa do ar, das gotas e do vidro.
Os carros passam: preto, prata, amarelo. As pessoas conversam. Uma delas ri a ponto de não se aguentar em pé- será que é porque o que ela vê é apenas o que imagina?
Certamente alguém está em casa se remexendo ao som de sua música favorita. Outro alguém deve estar cozinhando. Outro ainda deve estar maldizendo a chuva.
Life...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Provocações

Resolvi desligar o computador e zappear a Tv um pouquinho. Eis que não mais que de repente, me deparei com o famoso programa da TV Cultura: Provocações. Assisti só para ver como era e, de novo não mais que de repente, o apresentador me provoca- sem trocadilhos!- com essa citação aqui:

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.''

Oscar Wilde

Belo texto, belo programa. É, a TV aberta ainda tem algo que salve. O triste é que é preciso ser cada vez mais "bicho noturno" para isso.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Star Wars por uma garotinha de três anos

Six long years on your trail

Mais um concurso perdido, mais um texto que posto aqui, sem me preocupar com direitos autorais!
Cabe antes uma explicação: o concurso determinava o número de caracteres a ser escrito e foi daí que a ideia surgiu... Amores na era 2.0!
Lá vai:

O que são duzentas palavras para explicar o que houve entre nós? Ou melhor, entre eu e a ideia que fiz de você?
Sim, foi ideia! E também tem número máximo para ser representada: um. Um olhar diferente, um gole a mais, uma pergunta solta no ar...
O que esperar de duas esmeraldas, em cútis branca, ornamentadas e muito bem definidas por cabelos e sombrancelhas avelã?
Romance a moda antiga em tempos modernos. Don Juan, chegou, conquistou, sumiu! E eu fiquei. Esperando... eternamente esperando! Uma mention, um comentário, um e-mail, um pequeno scrap...
Me restou escrever. Escrever para contar a não sei quem coisas que ninguém mais quer ouvir. 

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Conversando com meu pai: A metáfora da sombra

Sentei no quintal, com um copo de refrigerante, desviando das apis melífera(e) e servindo de comida aos aedes. Como companhia, o dono do quintal, mais conhecido como meu cachorro.... e meu pai.
Meu pai. Meu pai e suas histórias- deus, ele tem os trejeitos da vó!
 Hoje, no meio de uma das histórias, ele usou uma de minhas metáforas favoritas para justificar sua desconfiança, apesar da crença, com relação à humanidade. Lá vai:
Eu não confio nem na minha sombra. Porque sombra muda toda hora: uma hora ela está à sua esquerda, outra hora à sua direita, outra hora na sua frente, outra hora atrás de suas costas. E mais: uma hora ela some!
Pois é... Esse e o meu pai, essas são suas histórias.

Despedida do Trema

Acabei de receber esse e-mail de uma colega. Muito bem feito e muito engraçado.... espero que gostem!


Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüiféros, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüenta anos. 

Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. Os dois pontos disseram que seu sou um preguiçoso que trabalho deitado enquanto ele fica em pé. 

Até a cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K, o W "Kkk" pra cá, "www" pra lá. 

Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que, aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar. 
Nos vemos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história. 

Adeus, 
Trema.

ps: Infelizmente, não sei o(s) nome(s) do(s) autor(es), mas seja lá quem for, é deveras criativo! ;D

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

COELHO
Os Coelhos são sensíveis, diplomáticos, amam a paz e a harmonia. São inteligentes, rápidos e espertos, porém não costumam terminar o que começam. Apesar de serem avessos à brigas e competições, são corajosos e determinados quando o assunto é defender seu interesse. Os coelhos possuem senso de auto-preservação, não gostam de se envolver demais. São pessoas que apreciam a beleza, bons modos e adoram estar com os amigos. Discretos, românticos e sensuais, prezam o conforto e o bem estar. No aspecto negativo podem ser imaginativos demais, oportunistas e vaidosos. Relacionam-se bem com as pessoas de Cabra, Cão, Porco, Serpente, Rato, Dragão, Boi e Coelho.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Acho que a letra sempre falou por si só, mas hoje ela adquiriu um significado ainda mais especial.
À você, passarinho desgovernado...

Any colour you like, aber nicht Weiß, bitte!

E então você se pergunta, ao observar o vôo lento de partículas brancas: por que tão poderosas? E nem elas, nem você, nem ninguém sabe a resposta. 
Quando volta a si, o branco dela já é parte do preto do seu pouco pelo persistente, do vermelho vital do seu sangue, do branco sujo leite de sua pele. E agora?
Agora? Nem sei! Mas sempre haverá sua casa, sua voz para o grito, choro, reza...
Haverá sol, céu, terra, grama. Amarelo, azul, marrom, verde. Isso foi a boca, cujo ouvido te ouviu, que disse. Verde. Verde para colorir o branco e deixá-lo para trás...
Grün, grün, grün ist alles was ich habe... 

sábado, 29 de janeiro de 2011

Historietas

O  Estadinho é um dos cadernos que eu acho fantásticos dentro do jornal. Hoje, obviamente, o separei para dar uma olhadinha.  E não é que achei uma coisa interessante? Lá vai:

"Das coisas que se buscam
O Alexandre gostava de lugares altos. Era assim: ele estava brincando comigo numa caixa de areia, fazendo e desfazendo edifícios, casas, castelos e pontes. De repente, sumia. Assim. Sem fazer barulho. Sem nenhuma explicação. Eu já sabia o que fazer: olhava para o alto." 

Fonte: Caixa de histórias- As aventuras de Ana Clara. São Paulo, 29 de janeiro de 2011. O Estado de S. Paulo- Estadinho, p. 8

Para quem se interessou pelo livro todo: NÓBREGA, Luísa. As aventuras de Ana Clara. Ilustrações de Deyson Gilbert. Ed. Moderna.

É Freud!

Hoje, sei lá porque, resolvi ler o jornal. Escolhi cadernos que eu acho fantásticos, dos dois jornais que meu pai assina e lê, diariamente.
Foi quando uma matéria do caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo me chamou a atenção: uma crítica sobre O mal-estar na civilização, livro de Sigmund Freud que o autor da crítica considera obra prima. Pelo trecho abaixo, que faz parte do pouco que conheço sobre, acho que assim a consideraria também:


[...] quais são os propósitos e os objectivos vitais traídos pela conduta dos homens, o que pedem à vida e para onde tendem? Não há perigo de errar respondendo: tendem para a felicidade; os homens querem ser felizes e continuar a sê-lo. [...] O sofrimento ameaça-nos de três lados: no nosso próprio corpo que, destinado à decadência e à dissolução, não pode evitar esses sinais de alarme que são a dor e a angústia; do lado do mundo exterior, que dispõe de forças invencíveis e inexoráveis para se virar contra nós e aniquilar-nos; a terceira ameaça provém das nossas relações com os outros seres humanos. O sofrimento saído dessa fonte é-nos mais duro, talvez, que qualquer outro [...] o sofrimento de origem social.
( SIGMUND, Freud. Mal estar na civilização: 32 e 34.)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Discorde, se for capaz!

Copiei da Nannda, na cara dura! ;D

SAGITTARIUS - The Promiscuous One

Spontaneous. High appeal. Rare to find. Great when found. Loves being in long relationships. So much love to give. A loner most of the time.  Loses patience easily and will not take crap.  If in a bad mood stay FAR away.  Gets offended easily and remembers the offense forever.  Loves deeply but at times will not show it feels it is a sign of weakness.  Has many fears but will not show it.  VERY private person.  Defends loved ones will all their abilities. Can be childish often. Not one to mess with. Very pretty. Very romantic. Nice to everyone they meet. Their Love is one of a kind. Silly, fun and sweet. Have own unique appeal. Most caring person you will ever meet! Amazing in bed..!!! Not the kind of person you want to mess with- you might end up crying. 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Drang

Quero a coragem para a loucura. Quero sair por aí declamando uma frase de apenas três palavras que correspondem a todo um campo semântico.
Quero apenas ver a tua imagem, que nunca foi o que sonhei, mas é o que não passo um segundo sem imaginar.
Quero teu líquido escorrendo por cada concavidade e convecção minha. Quero seus lábios, em comunhão com sua língua, a umedecer cada canto meu ainda não preenchido com seus humores.
Quero curar minhas feridas, lhe causando algumas. Quero arranhões, mordidas, hematomas, puxões de cabelo. Pequenos espasmos, pequenos sussurros...  sua voz preenchendo todo e qualquer silêncio.
Quero uivar meus pavores, minhas alegrias... Uivar de modo tão selvagem a ponto de invejar lobos sob a lua cheia e a gatos no cio.
Quero o calor, a proteção, a invasão, o preenchimento.
Quero sua solidão e sua descrença no mundo fazendo par com as minhas. Transcendental? É pouco!
Depois quero ouvir... Ouvir seu suspiro surpreso de amante saciado. 
Como a viagem de ônibus é longa  entre São Roque e Sorocaba, resolvi levar, além de meu celular com algumas de minhas músicas favoritas, um livro. Parei de ler duas páginas depois, primeiro porque ônibus intermunicipais dão um enjôo imenso, segundo porque esse trecho me deu o que pensar: 

"Não era um devasso. Quando agia assim, ficava dominado pela repulsa contra seu ato e o medo das conseqüências. Era só sua fantasia que seguia um caminho mórbido. À medida que os dias da semana, um após o outro, se depositavam como chumbo sobre sua vida, aqueles encantos corrosivos começavam a atraí-lo. As lembranças de suas visitas se aglutinavam numa tentação única. Bozena aparecia-lha como uma criatura de inacreditável baixeza, e sua relação com ela, a sensação que era obrigado a suportar, parecia-lhe um cruel culto de sacrifício a si próprio. Excitava-o ter de abandonar tudo aquilo em que normalmente estava encerrado, sua posição privilegiada, as idéias e os sentimentos que lhe impunham, tudo aquilo que nada lhe dava, que apenas oprimia. Excitava-o escapar para junto daquela mulher, nú, despojado de tudo.
Com todos os rapazes era assim. Se Bozena fosse bela e pura, e ele fosse capaz de amar nesse época, talvez a mordesse toda, exasperando até a dor o seu prazer sexual e o dela. Pois a primeira adolescente não é amor por uma pessoa, e sim o ódio a todas as pessoas. Sentir-se incompreendido e não compreender o mundo não é o efeito de uma primeira paixão, mas sua causa. A paixão é apenas um refúgio, no qual estar com o outro significa solidão duplicada.
 Quase sempre a primeira paixão pouco perdura e deixa um ressaibo amargo. Trata-se de um logro, uma decepção. Quando ela passa, não compreendemos como fomos capazes de tudo aquilo, nem sabemos a quem culpar. Iso acontece porque as personagens desse drama em geral se encontram por acaso: eventuais companheiros de uma fuga enlouquecida. Apaziguados, não se reconhecem mais. Percebem que são diferentes, porque já não se dão conta do que tem em comum." 

MUSIL, Robert. O jovem Törless. tradução de Lya Luft. São Paulo: Folha de São Paulo, 2003.


Para unespianos que ficaram curiosos: A professora Ana Maria, da área de alemão, tem uma tese recém-defendida sobre esse livro (desculpem.... não lembro o nome da tese. Aliás, se alguém souber, deixe-me um recadinho ;D)