sexta-feira, 30 de março de 2012

Brincando de trovador.

À Fábio Gerônimo Mota Diniz


Porque és Ferreira,
ferro é o metal que contigo combina.
Não, esta não é minha sina!
Se dos metais vim,
vim da mais alta linha,
da nobre,
A- line!
"- Tenho a impressão de que você está caminhando para alguma espécie de queda... uma queda tremenda. Mas, honestamente, não sei de que espécie (...). Talvez da espécie que faz com que a gente, aos trinta anos, se sente num bar e odeie todo mundo que entra com jeito de quem jogou futebol numa universidade. Ou, então, você conseguirá instruir-se bastante para odiar todo mundo que diz 'É um segredo entre mim e você'".

SALINGER, J.D. O Apanhador no Campo de Centeio. 16 ed. Tradução de Álvaro Alencar, Antônio Rocha e Jório Dauster. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 2000. 

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ela nunca entendeu porque sempre que era mais igual, era mais difícil de juntar. Nunca pareceu tão paradoxal...
Não que fosse mimada, longe disso. Sempre odiou os mimados, os atores de filmes B e os coitados. Também odiava os rebeldes sem causa, embora achasse as poses atraentes. O caso é que, para ela, era difícil algo como o impossível- para os outros, realidade-, o ‘não dá’, o ‘não é bem assim’, etc etc etc e tal.
Como assim não dá? Tem que dar! O mundo sempre foi feito de impossibilidades desafiadas por loucos. A maçã que cai porque há força que a puxa para baixo, a terra que não é nem plana, nem o centro do universo, e sua preferida: o tempo que, para um é um; para outro, outro tempo ainda, às vezes mais curto, às vezes mais longo. Adorava isso! Uma fantasia imensa!
Eles simplesmente eram tão iguais, que já era difícil imaginar um sem o outro. Nascidos em lugares diferentes, em famílias diferentes e juntos pelo tempo, pelo acaso, pela vida e por uma sogra professora.
Tão iguais, tão complementares, tão eles mesmos! Uma beleza! Uma beleza mesmo.
Se sentia uma velha por causa de frases como as escritas acima, mas era assim mesmo que ela se sentia: com uma vontade imensa de apertar as bochechas dos dois e convidar para sentar e tomar uma xícara de café.
O caso é que não se sabe mesmo porque, mas o café por lá anda mais amargo que o normal, embora ainda tenha açúcar. Seria mesmo questão de medida?
Ela nunca entendeu porque sempre que era mais igual, era mais difícil de juntar. Nunca pareceu tão paradoxal...
Três meses sem se ver ou mais e assim se fez, assim é. Ou deveria ser. Muito triste. Para os três. A moça-velha com as xícaras de café e o tricô que nunca soube fazer, e o casal tão igual, tão eles, tão juntos e tão paradoxais... uma tristeza!
"O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto..." (Fernando Pessoa)

sexta-feira, 9 de março de 2012

Meu último livro

Finalmente acabei um dos livros que mais demorei para ler, pelo que minha memória pode agora me dizer.
O que eu tenho a comentar sobre o Mentes Perigosas? Muito pouco, na verdade. 
Quando abri as páginas do livro, achei que seria mais uma daquelas viagens maravilhosas através dessa coisa que comanda tudo: o cérebro. Decepcionei.
O livro fala sim de cérebro, de comportamentos, da mente humana em si. Traz relatos interessantes sobre como funcionaria a mente de um psicopata, quais são os possíveis motivos  desse comportamento e qual seria também sua origem, além de exemplos bem famosos e ilustrativos. Porém, algo me incomodou.... e muito!
Por mais que a autora insista em dizer que não é um livro para deixar todo mundo com a famosa "mania de perseguição", essa foi a atmosfera que permeou toda a minha leitura. Fechei o livro com a sensação de que todos ao meu lado são psicopatas de fato ou em potencial. Estranho!

E eu não tive vontade de virar amiga da escritora só para poder telefonar quando desse na telha...

SILVA, Ana Beatriz Barbosa.  Mentes Perigosas- O psicopata mora ao lado- Ed. de bolso.- Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.



sábado, 3 de março de 2012

Coisas erradas e alguns comentários

  • Blusa e calça compridas, mas justas, são roupas sexys (plural danado!) e provocativas. O quê você me diz, compadre Washington?
  • Dicionário está em vias de sair do ar acusado de racismo por explicar o uso pejorativo da palavra "cigano". Qual é a função de um dicionário mesmo? O mesmo objeto responde: "compilação completa ou parcial das unidades léxicas de uma língua (palavras, locuções, afixos etc.) ou de certas categorias específicas suas, organizadas numa ordem convencionada, ger. alfabética, e que fornece, além das definições, informações sobre sinônimos, antônimos, ortografia, pronúncia, classe gramatical, etimologia etc. ou, pelo menos, alguns destes elementos [A tipologia dos dicionários é bastante variada; os mais correntes são aqueles em que os sentidos das palavras de uma língua ou dialeto são dados em outra língua (ou em mais de uma) e aqueles em que as palavras de uma língua são definidas por meio da mesma língua.]"
  • Cinema com todos os filmes dublados. Muito difícil mesmo seguir a legenda. PHD neles! 
  • Supermercado vendendo colher de sopa como colher de chá. Vem cá moça: Qual o tamanho da xícara?
  • Gente que quer tudo igual, de vestimenta a pensamentos. Cadê o resto da soma?
  • Ônibus aumentando a passagem. Vem cá, que tal chegar no horário de vez em quando?