sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Querida Poesia,
É uma pena. Poderíamos ter passado muitos bons momentos juntos. Poderíamos ter pego um trem de ferro e ido a paraísos onde as aves gorjeiam como em nenhum outro lugar. Poderíamos ter sido amigos do rei. Poderíamos ter ido à China e trazido um vazo chinês. Poderíamos, poderíamos, poderíamos. Valeria à pena, para nós, duas almas longe de ser pequenas. E mares portugueses não seriam o suficiente. Alguém diria “ou isto ou aquilo!”. E nós escolheríamos os dois.
Mas o fato é que nada mais me agrada em você. E não há melopeia, fanopéia ou logopéia que me faça mudar de ideia. Seu ritmo, sua rima, suas imagens, seu encavalgamento sintático, suas palavras. De fato você me irrita e...
Ahhhhhhhhhhhhh messe que estremece enlourece e o sol celestial, girassol, esmorece... vês?  Me enlouqueces!
Admiro sua inteligência, mas sinto que, de fato, se andarmos junto estaremos diminuindo um ao outro e não seria justo. Sei que você sobreviverá muito bem sem mim. Tens admiradores fiéis e só não os deu espaço para não tornar tudo concreto e eu nada entender.
Me dói admitir, mas prefiro a Prosa. Tua irmã, filha da Linguagem.
 Espero que compreenda,
Leitor.

5 comentários:

  1. Poxa, mas nem poema em prosa?

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  2. Ahhhh... só abro exceção pra prosa poética ;D!!

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  3. Bom, segundo o grande Octavio Paz há poesia em quase toda forma de arte que parte de um ritmo, daí eu afirmo que não há vida sem poesia, mas há vida sem poema, que é o seu caso.
    Claro que ele aumenta o sentido da palavra! =)

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  4. Senhor, você também leu esse texto? Já sei porque vocês roubam nossos empregos! ahsuahs!
    E sim, é exatamente esse o ponto, Caro Vini!

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  5. Queridos versos,
    vocês são esquizofrênicos ou o que? Juntem-se e virem prosa, porra. Émuito mais gostoso.
    Att,
    Hebe

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