sábado, 17 de abril de 2010

Saí no meio daquele povo todo. A cabeça fruto de vários sonhos, lmbranças, uma melodia. Passei a catraca, desci a escada rolante na lerdeza do mecânico em contraste com peso e a rapidez do Metal, cheguei até a plataforma de número cinco, com a famosa cara de má que me toma quando sozinha, a levar meu corpo de sobrepeso por toda essa coisa que se chama vida, por meio de passos, quando vi algo que me acordou e que me fez querer dormir para todo o sempre, amém!
Um senhor, ao me ver, levantou de onde estava sentado. Um jovem pediu a caneta emprestada e, ao ouvir o senhor dirigir a mim a palavra, fui logo dizendo um 'depois dele'.
Então percebi o que o senhor queria: ele queria que eu preenchesse a passagem dele. O senhor era analfabeto. 
Preenchi a passagem e dei as indicações ao senhor quando este, sozinho, entrou no ônibus.
Fiquei feliz por ter feito isso. Dizem que as boas ações enchem a alma de alegria e recebem a devida recompensa ao seu devido tempo, mas não pude deixar de pensar que mundo cão é esse que não dá à todos a dignidade do saber, muito menos as condições necessárias para que alguém possa se virar, sem dependência, dentro dele. E mais: qual é o risco/preço de se confiar em outras pessoas num lugar em que os honestos são tidos, para se falar o mínimo, como tolos? You know it´s sad but true... Sad, but true!

Um comentário:

  1. eu amo seus textos, me prendem, e como vc fez um "passeio" se tornar algo tão interessante e ao mesmo tempo bonito ?
    você é foda \o/

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