quinta-feira, 3 de março de 2011

Das quase metamorfoses

A lagarta atravessava a rua. Um movimento retilíneo, mais um... Paf! 
Parou a bicicleta no viaduto. Aproximou-se da grade. Olhou para um lado, depois para outro. Olhou para frente. Um impulso.... Paf!
Lá se foram duas lagartas. Uma por acaso, outra por intenção. Duas quase borboletas perdidas. Uma porque não teve chance, outra porque a perdeu. Uma nem sentiu o que é bater asas e voar, outra chegou ao cúmulo do que isso representa.
Chove lá fora. Aqui dentro está um pouco embaçado, por causa do ar, das gotas e do vidro.
Os carros passam: preto, prata, amarelo. As pessoas conversam. Uma delas ri a ponto de não se aguentar em pé- será que é porque o que ela vê é apenas o que imagina?
Certamente alguém está em casa se remexendo ao som de sua música favorita. Outro alguém deve estar cozinhando. Outro ainda deve estar maldizendo a chuva.
Life...

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