domingo, 7 de outubro de 2012

She she pop

Dedicado a Demetrius, Marília, She she pop e seus pais e a tia do alemão, né? =D



Lá fui eu tomar um ônibus, dois metrôs e mais um fucking ônibus única e exclusivamente para ver uma peça de teatro. Dessa vez, julgo eu que por pura insistência da minha parte e consideração, bondade e curiosidade da parte deles, fui acompanhada de dois amigos.
A peça era uma curiosidade só: três atrizes, seus pais não autores, na língua alemã, com legenda. Atores e não atores? Legenda em peça? Ah, vamos ver no que dá!
Sesc Santana, sábado, 06 de outubro de dois mil e doze, sete e meia da noite: enquanto esperamos, falamos de nossas amizades, do gosto de pomada que tem creme de cupuaçu com farofa de castanha (invenção minha pedir coisas que nunca comi! =P) e de nossas expectativas com relação à peça.
Graça divina -ou algo parecido- que um dia alcançarei: trocar de língua (inglês« alemão) em segundos, só para pedir licença para o desastrado da frente (aeeewwww... tinha que estar em minha companhia! =DD).
Entramos. Não era hora ainda, então ficamos discutindo a decoração do lugar, a pintura de nossas futuras casas e a questão do ridículo no uso de armação de óculos patrocinada pela Chiquinha do Chaves e suas variantes, sejam elas coloridas ou não.
E abrem-se as portas! Achar o lugar não foi difícil... esperar todo mundo fazer o mesmo foi... AH, SE FOI!
Fase do acaso: Uma família alemã sentada na fileira de traz.
Frustração: Uma meia dúzia de três ou quatro palavras (Alô, Peri! Como vai você?) entendidas. Quem foi que disse mesmo que dava para aprender alemão em uma só encarnação? Scheisse*!
E começa a peça!
Confesso que achei tudo estranho no início: A peça era bem diferente de tudo o que já tinha visto.
Câmera, trompetes, legendas, quadros e as atrizes e os não-atores no palco. Não sabia para onde olhar! Queria me livrar da legenda e ver se ponha a prova os seis longos anos escutando alemão, mas não foi tarefa tão fácil assim (Cadê C1, minha gente!?!). Desencanei, no português já quase inapropriado para minha idade.
Falando nisso….
O tema da peça era conflito de gerações. Baseada em “Rei Lear”, ela trazia as já –tão- mencionadas três atrizes e seus pais discutindo os problemas da relação entre gerações diferentes.
Nome da peça: Testamento. Esse foi o ponto de partida para o início da discussão-peça que viria.
Conflito pessoal: era para ser uma comédia, não? Cadê o riso, minha gente?! Lá veio ele: um dos pais da peça, físico (Himmeeeeeellllllll! =D), começa a explicar a expressão do amor pelo pai para ganhar um terço do reino como herança na fala das filhas de Rei Lear, a peça original, usando um esquema, um gráfico e uma derivada da somatória da matriz... Ri muito! Para mim, um dos pontos altos da peça.
Conflito pessoal: era para ser uma comédia, não? Cadê o riso, minha gente?! Lá veio o posto a ele: Em uma duas falas mais comoventes da peça, o pai diz que não acha nada engraçado expor suas fraquezas e especificidades numa peça assim, do modo como estavam fazendo. Na outra, a filha diz todos os cuidados – e com que frequência- que deverá ter com seu velho pai, quando esse passasse a viver com ela e precisasse desses cuidados. Bastante tocante.
Entre danças, risos, dilemas e duetos, a peça acabou. Sobraram as discusses pós-peça, as lembranças, a noite, o vento e a caminhada para a estação de metrô mais próxima, já que não era nem um pouco seguro atravessar a avenida correndo e ir ao Habib´s mais próximo.
Sobrou também ligar para a geração anterior nos buscar...
And then I go and spoil it all by saying somethin’ stupid like “I Love you”. 



* Escrever o danado do "estzet" aqui é sempre um problema. Logo, achei melhor utilizar os dois esses que corresponderiam à letra alemã. 





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