Dedicado a Demetrius, Marília,
She she pop e seus pais e a tia do alemão, né? =D
Lá fui eu tomar um ônibus, dois
metrôs e mais um fucking ônibus única e exclusivamente para ver uma peça de
teatro. Dessa vez, julgo eu que por pura insistência da minha parte e
consideração, bondade e curiosidade da parte deles, fui acompanhada de dois
amigos.
A peça era uma curiosidade só:
três atrizes, seus pais não autores, na língua alemã, com legenda. Atores e não
atores? Legenda em peça? Ah, vamos ver no que dá!
Graça divina -ou algo parecido-
que um dia alcançarei: trocar de língua (inglês« alemão) em segundos, só para pedir licença para o
desastrado da frente (aeeewwww... tinha que estar em minha companhia! =DD).
Entramos. Não era hora ainda,
então ficamos discutindo a decoração do lugar, a pintura de nossas futuras
casas e a questão do ridículo no uso de armação de óculos patrocinada pela
Chiquinha do Chaves e suas variantes, sejam elas coloridas ou não.
E abrem-se as portas! Achar o
lugar não foi difícil... esperar todo mundo fazer o mesmo foi... AH, SE FOI!
Fase do acaso: Uma família alemã
sentada na fileira de traz.
Frustração: Uma meia dúzia de
três ou quatro palavras (Alô, Peri! Como vai você?) entendidas. Quem foi que
disse mesmo que dava para aprender alemão em uma só encarnação? Scheisse*!
E começa a peça!
Confesso que achei tudo estranho
no início: A peça era bem diferente de tudo o que já tinha visto.
Câmera, trompetes, legendas,
quadros e as atrizes e os não-atores no palco. Não sabia para onde olhar!
Queria me livrar da legenda e ver se ponha a prova os seis longos anos
escutando alemão, mas não foi tarefa tão fácil assim (Cadê C1, minha gente!?!).
Desencanei, no português já quase inapropriado para minha idade.
Falando nisso….
O tema da peça era conflito de
gerações. Baseada em “Rei Lear”, ela trazia as já –tão- mencionadas três
atrizes e seus pais discutindo os problemas da relação entre gerações
diferentes.
Nome da peça: Testamento. Esse
foi o ponto de partida para o início da discussão-peça que viria.
Conflito pessoal: era para ser
uma comédia, não? Cadê o riso, minha gente?! Lá veio o posto a ele: Em uma duas
falas mais comoventes da peça, o pai diz que não acha nada engraçado expor suas
fraquezas e especificidades numa peça assim, do modo como estavam fazendo. Na
outra, a filha diz todos os cuidados – e com que frequência- que deverá ter com
seu velho pai, quando esse passasse a viver com ela e precisasse desses
cuidados. Bastante tocante.
Entre danças, risos, dilemas e
duetos, a peça acabou. Sobraram as discusses pós-peça, as lembranças, a noite,
o vento e a caminhada para a estação de metrô mais próxima, já que não era nem
um pouco seguro atravessar a avenida correndo e ir ao Habib´s mais próximo.
Sobrou também ligar para a
geração anterior nos buscar...
And then I go and spoil it all by saying
somethin’ stupid like “I Love you”.
* Escrever o danado do "estzet" aqui é sempre um problema. Logo, achei melhor utilizar os dois esses que corresponderiam à letra alemã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário