Meus pés estão cansados. Bolhas aparecem por toda a parte e estouram. Humores, sem odores, escorrem por entre meus dedos. Os calcanhares estão em carne viva. Mas eu não posso parar. Ou será que deveria?
O caminho é errado, o sapato é largo, o fardo é triste. Que farei eu, oh céus imensos, oh ninfas seja lá de que rio? Deverei eu mostrar o caminho certo? Deverei eu apenas tirar os sapatos e partir na direção contrária?
Que farão os outros sapatos, aparentemente confortáveis e bem ajustados, seguindo, comigo ou apenas ao meu lado, a mesma rota?
Meus pés doem, meus pés estão cansados. Bolhas surgem por todo o lado. Humores, sem odores, escorrem por entre meus dedos...